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QUER ABRIR UM BRECHÓ?

  • tathigondim
  • 22 de abr.
  • 7 min de leitura

(post originalmente criado para mídias da RAMBLAS)

Dicas sinceras pra quem não quer cair de barriga nessa piscina de ondas!


Se você chegou até aqui e acompanha o trabalho da RAMBLAS, a gente quer acreditar que é porque, de alguma forma, você curte e acredita no nosso trampo. A RAMBLAS ainda é uma microempresa, a gente rala muito pra botar o nosso trabalho no mundo e pra conquistar o coraçãozinho da galera que tá ligada no consumo em brechós.

 

A ideia da marca surgiu em 2017 e, em paralelo à revenda de peças em si, eu e Cynthia, ex-sócia e co-fundadora da RAMBLAS, lançamos muita energia pra agregar outros projetos criativos à marca. Arte, criação de conteúdo digital, produção de moda sempre caminharam juntos ao desejo de ter o brechó. Nossa primeiríssima reunião foi uma explosão de projetos – muitos possíveis e outros totalmente irreais para o momento. Hoje, um pouco mais de três anos depois dessa primeira reunião, já dá pra dizer “calma aí, senhoras”, porque, bicho, tocar um brechó já é trabalho para ca-ce-te.


Cê tá a fim de se jogar nessa piscina, mas não quer dar um pulo de barriga nela? Então, depois de alguns anos de perrengue – experiência - aqui vão algumas sinceridades de ouro, da pessoa que já comeu o pão que o didi amassou.


1. ESTUDA, MAS ESTUDA MESMO!

 

Quando alguém te falar que você tem que pesquisar sobre o mercado, não é pra você olhar só o que os seus concorrentes estão fazendo. Brechó tem de montão por aí, no Instagram então... nem se fale! Estudar é você entender muito mais do que só o segmento que você vai atuar – no caso, a revenda de roupas. Cara, ta aí um universo complexo: roupa. Por trás de toda e qualquer peça que você queira revender, tem muita história por trás dela – e não é só a d@ ex-don@ da peça que eu tô falando, não. O mercado da moda, como um todo, é também o universo do comportamento do seu público. Você precisa entender o que essa galera que você quer atingir tá consumindo, em termos de arte, de música, de gastronomia, de festa, de conteúdo, de informação, de beleza e de uma porrada de coisas! Pronto, estudou? Aí sim você pode começar a pensar no barco que você quer tocar.


2. FOCO. NÃO VAI DAR PRA VOCÊ FAZER TUDO O QUE VOCÊ ACHOU QUE DARIA...


Cara, tem que focar. Me lembro de uma vez estar apresentando o meu projeto de dissertação no Mestrado e mostrar o que eu queria pesquisar ao longo do curso e que seria lindo se eu pudesse estudar todo o processo urbanístico das cidades-satélites do DF. Um dos professores da banca riu da minha cara. Foi cruel, mas eu entendo. O nome disso, para uma dissertação de mestrado, é problema. Aqui é foco, objetivo ou simplesmente: não viaja, porque não vai rolar de você fazer tudo que você quer de cara.

 

É um brechó que você quer abrir, né? Beleza. Como vai ser o seu brechó? Que tipos de peças que você quer vender e pra quem? Tá, isso não significa que você precisa ser ou só vintage, ou só contemporâneo ou só de luxo. Você pode ser um pouco de cada, mas aqui vai mais uma dica de ouro: as peças que você vai ter no seu acervo vão dizer o que o seu brechó é.


3. CONCEITO. É DIFÍCIL FAZER AS PESSOAS ENTENDEREM O SEU, MAS VOCÊ PRECISA DE UM.

 

Pra mim, conceito é você se perguntar “como eu quero vender o meu produto?”. E não é de canal de venda que tô falando, e sim da maneira que você quer fazer isso. É o carão do seu brechó, seja ele físico ou online. E é aqui que entra a importância também de uma boa curadoria – o processo de escolha das peças que farão parte do acervo do seu brechó. Tem que ter esse filtro, não tem jeito. Quer dizer, até tem jeito, grandes chances de o seu conceito ser exatamente a falta de conceito - brechó raíz.


A gente escolheu ser um pouquinho mais gourmetizado, passar por todos esses processos de criação e tudo bem também. Muitas peças que são entregues em consignação na loja não passam na curadoria simplesmente por não terem nada a ver com o conceito da marca. Ao fazer a curadoria, eu sempre mentalizo o potencial (de venda e de estilo) que a peça tem e se a peça tem personalidade. São essas peças que preciso no acervo. E a gente sabe que conseguiu plantar a sementinha do conceito na cabeça do cliente quando ele mesmo fala “eu tenho umas peças pra deixar aqui no brechó, mas acho que elas não têm muito a ver com a RAMBLAS”. É isso! O seu cliente é aquele que já sabe o que quer encontrar no seu brechó e o seu consignante (que também é cliente) já tem ideia do que pode deixar no seu brechó. E isso é muito lindo de se ver, gente, sério mesmo!

 

Eu não vou nem dizer ainda que as peças são a cereja do bolo. A forma como você as divulga é. Aqui interessa a obra completa: de nada adianta você ter uma seleção de peças fodonas no seu acervo se você não faz os seus clientes desejarem muito aquela peça. Esse negócio de “saber se vender” é um bicho danado, viu?


4. BRANDING, NÉ, GALERA? POR FAVORZINHO.

 

Eu não confio num logotipo feio, você confia? A pessoa que não investe tempo e dinheiro no branding da marca, definitivamente, não entendeu nada sobre o negócio. Investe esse tempo e, se possível, dinheiro (caso não seja você mesmo a desenvolver, pague o criativo) no desenvolvimento da sua marca; você vai carregá-la por muito tempo e mudar isso no meio do caminho, nem sempre é a melhor escolha – a não ser que você já tenha impregnado a sua marca na cabeça das pessoas. E oh, se liga: aqui eu não tô falando só de um logotipo bonita! Você vai precisar investir muito tempo nas suas publicações, postagens, vídeos e todos os seus processos de comunicação. Afinal, você é ou não é uma marca?


5. PLANEJA SEUS PROCESSOS ANTES QUE ELES VIREM UMA BOLA DE NEVE! 

 

Cara, se tem um negócio complicado de gerir é o tal do brechó, viu? Calma, tá longe de ser um bicho de sete cabeças, mas também não tá muito perto de ser um negócio linear, como um segmento tradicional de varejo. A logística interna tem muitas variáveis e possibilidades, e muitas delas você só vai entender com o negócio em funcionamento. E digo mais, não existe um formato padrão de gestão, cada brechó adapta as suas demandas ao seu funcionamento.


Na RAMBLAS, por exemplo, eu criei o próprio sistema de código das peças, de maneira que eu consiga identificar todas as suas informações necessárias. O sistema da loja também foi desenvolvido exclusivamente para o modelo de gestão que eu criei. Mas a maioria desses processos você já consegue prever e, assim, planejá-los com antecedência: organiza os seus documentos, contratos, planilhas, sistema, e-mails etc. Se o seu brechó for trabalhar com peças consignadas de pessoas físicas, lembre-se do tamanho da responsabilidade que você vai ter na mão de peças que estão ali temporariamente sob a sua gestão. Os seus consignantes são também a engrenagem do seu negócio, não os subestime e garanta a confiança deles.


6. CATIVA A SUA GALERA!

 

Se destacar no meio da multidão é MUITO difícil. Nossa, nem sei dizer o quanto. Construir e engajar uma comunidade, trazer pessoas para o seu negócio, fazer a galera comprar a sua ideia e, mais importante, manter essas pessoas próximas ao business é muito foda (não esquece de fazer o cadastro dos seus clientes, tá?). Marketing digital é importante, é quaaase tudo, mas não é tudo – ninguém gosta da ideia de saber que tá sempre conversando com um sistema automatizado. As pessoas gostam de saber que ali por trás das redes, do e-mail, do website existe um serumaninho com sentimentos – clientes, a gente que tá do lado de cá também tem um coração que bate.


Comunicação, essa é a palavra de ordem: o que você fala, como você fala, como você responde as expectativas das pessoas. Você não é o rei ou a rainha da cocada preta, seja amigo ou amiga dos seus clientes e se aproxima deles! Eles vão gostar de saber que são seus amigos também.


7. SEJA CRIATIVO

 

Seja criativo na construção do seu negócio, seja criativo pra lidar com seus clientes, seja criativo na sua curadoria, seja criativo pra lidar com os perrengues que vão aparecer, seja criativo pra lançar novas ideias. Você vai encontrar muita gente já fazendo que você faz, grandes chances de outras pessoas já estarem executando o que você pensou um dia que seria inovador, e tá tudo ok. Mas oh, sempre tem uma brechinha pra você ser diferente de alguma forma e tornar o seu negócio diferente, porque ele é o SEU negócio.


8. LEVANTA A AUTOESTIMA DO SEU NEGÓCIO!

 

Sabe aquela ideia que você deve ter de um monte de micro e pequenas empresas, de que os proprietários tão nadando em dinheiro e que o negócio deu super certo? Então, quando você estiver na pior, passando aperto pra manter as contas em dia, frustrado porque ninguém bota fé nas suas ideias ou porque você achou que fosse mais fácil dominar o mundo, engole o choro, bate no peito e vai lá trabalhar pra nadar em dinheiro - nem que seja só no imaginário das pessoas. Veja bem, você não precisa ser uma farsa e vender uma mentira – as pessoas querem saber verdades. Mas ninguém melhor do que você mesmo pra levantar a autoestima do seu negócio e acreditar no quão foda a sua ideia é. Credibilidade, né? Tem que ter.


Pronto, taí! Tá a fim mesmo de abrir o seu brechó sem morrer na praia? É foda, é difícil, é muito trampo. Mas se você tem um PROPÓSITO não hesite e se joga! Pensa e faz com carinho, tá?

 
 
 

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